segunda-feira, 15 de julho de 2013

EROS O AMOR INFINITO: POEMA I



I - Paradoxos do que sinto


A música que toca meus ouvidos inflama meu interior,
Toca-me de uma forma branda e furiosa,
Em um paradoxo que põe frente a frente angústia e alegria,
E, então, bate uma saudade surpreendente daqueles dias,
Dias em que eu menino me via como homem...
Já agora que sou homem me vejo menino...
E o tempo passou e eu sou, ao mesmo tempo, o mesmo e outro...
O mesmo no anseio e na aspiração e outro no modo como encarar tais sentimentos.

A vida passou e dentro de mim convivem o homem e o menino,
Mas quem realmente sou?
Por vezes, menino, por horas, homem...
Mas a dúvida prevalece, nenhuma certeza convalesce nessa dimensão...
Dimensão da história e da ficção.
Daí, eu só sei que conto histórias
Na maioria das vezes, não tão boas,
Todavia, sempre tenho quem as ouça...
E diante dos meus olhos sorriem e fazem meu coração vibrar de emoção.

E como caixeiro-viajante vou seguindo e oferecendo um pouco do meu produto,
Um pouco de mim... e assim vou escrevendo de tinta permanente meu diário.
Meu livro da vida está recheado de loucuras, ilusões, quimeras e sonhos...
Algumas delas vão se realizando e me realizando,
Outras se frustram fazendo com que eu aprenda e me adapte...
Assim, vou me adaptando feito inseto no casulo para poder voar sereno!

Ah, por outro lado, a vida parece um porto cheio de naus...
Cada pessoa é uma nau que se aproxima e ancora no meu pear...
Umas chegam outras partem, mas a volatilidade é alta,
Entretanto, queria que uma certa pessoa ficasse...
Aportasse na minha vida para cuidar desse velho porto...
Dar-lhe outras cores, mostrar-lhe outras dimensões e pudesse ascender-me...
Sim, ascender o farol, que a tanto apagado, poderá retornar a vida...

Que farol... quando volta à tona a todos ilumina,
Não é um brilho para si,
Um brilho de per si para outros, para a humanidade,
Um presente, uma dádiva que muito pode dar,
Mas que, outrossim, anseia em receber...
O calor capaz de ascender sua candeia...

Oh moça faceira que com seu sorriso candente...
Com sua boca doce e seu corpo envolvente,
Chame-me aos teus aposentos
E no teu leito imaculado me ponhas em teu colo,
Acaricies a minha fronte e dai-me tuas mãos,
Que nossos dedos se entrelacem...
E por um beijo suave inicies o meu conhecimento de ti,
Permita despi-la, não apenas para que teu corpo nu seja flama,
Mas deixei-me despi-la na alma,
Abra tua anima, destrave as portas de teu coração,
Para que meu corpo não apenas adentre o teu,
Mas que nossos físicos e espíritos se apropriem daquela techinè dos alquimistas,
Numa pura química onde possamos nos fundir em único ser...
Claro que tal fato não nos fará perder a nossas individualidades,
Entretanto, nos mostrará que dependemos um do outro
E essa dependência não é um vício,
Mas uma virtude chamada amor.

Ah o amor, que coisa é o amor?
Uma quimera?
Um delírio adolescente?
Não, o amor é real, ele não morreu
Antes está dentro de nós esperando que o despertemos com cuidado...
Por isso, quando nossos corpos se unirem de um modo puro
Não será apenas o prazer, mas a candura de dois sonhadores
Que se curaram mutuamente,
Aplicando-se a dose certa desse balsamo que ainda está oculto, nos encontrará.

Meu sonho é você!
Agora... enquanto voo, voo no teu olhar...
E os meus olhos estão indo nesse horizonte ilimitado que é você...
Permita-me desbravá-lo...
Porque nosso amor será eterno e perfeito!
Perfeito...
E é tudo que sei dizer quando vejo você!



TON SOWEHÁ